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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

ENVOLVENTE FÍSICA DA PENÍNSULA IBÉRICA (II) - A FORMAÇÃO DO MAR MEDITERRÂNEO E DO ESTREITO DE GIBRALTAR

ENVOLVENTE FÍSICA DA PENÍNSULA IBÉRICA (II)

A FORMAÇÃO DO MAR MEDITERRÂNEO E DO ESTREITO DE GIBRALTAR

Para se compreenderem as designações de certas datações geológicas, é inicialmente necessário apresentar um quadro resumido das eras geológicas com as suas datações aproximadas.

Éon: os geólogos referem-se a um Éon como a maior subdivisão de tempo na escala do tempo geológico. Apesar da proposta feita, em 1957, de se definir éon como sendo uma unidade de tempo igual a um bilião de anos (1 Ga - mil milhões de anos), a ideia não foi aceite como sendo uma unidade de medida científica e é raramente usada para especificar um período exacto de tempo. A palavra em português éon é oriunda do termo em grego aion, que significa "era" ou "força vital".

A FORMAÇÃO DO MAR MEDITERRÂNEO

O Mar Mediterrâneo, tal como o conhecemos, formou-se há cerca de 5,3 milhões de anos quando as águas do Oceano Atlântico romperam o estreito de Gibraltar, invadindo a bacia mediterrânica.

Anteriormente, durante o início do período da crise de salinidade messiniana (há cerca de 6 milhões de anos) uma parte da litosfera desprendeu-se da Ibéria (segundo proposta de Garcia-Castellanos y Villaseñor, Nature, 2011) e afundou-se no manto terrestre, o que provocou um levantamento do sul da Ibéria, fechando a ligação entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo. Uma vez fechado, o clima árido e quente da região, provocou um rápido declínio do nível das águas mediterrânicas, que haviam tido cerca de um quilómetro de profundidade, em que 3/4 das águas do mediterrâneo evaporaram. Criou-se portanto uma gigantesca salina – daí o nome “crise de salinidade messiniana”. Messiniano é uma subdivisão do Mioceno.

Mas um movimento posterior das placas tectónicas fez com que o solo em redor do Estreito de Gibraltar diminuísse, provavelmente abatendo o istmo que ligava África à Europa, o que permitiu que as águas do Oceano Atlântico abrissem caminho para a bacia do Mediterrâneo.

Inicialmente, segundo o estudo de Daniel Garcia-Castellanos (Nature,2009), a água fluíu lentamente durante um período que levou milhares de anos, mas o seu final abrupto, que encheu cerca de 90% do Mar Mediterrâneo, deu-se num curto espaço, por cerca de alguns meses a dois anos, com um fluxo que chegou a ser mil vezes superior ao do atual rio Amazonas.

O desnível entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo era de uma média de 1500 metros e na fase final da enchente (dos 90%), o Mediterrâneo enchia-se a um ritmo de cerca de 10 metros por dia. Este fluxo acabou por criar no fundo marinho uma erosão de 200 quilómetros de comprimento com vários de largura.

Por outro lado, calcula-se que o Oceano Atlântico terá tido uma descida de 9,5 metros no seu nível.
Esta terá sido a maior e mais violenta inundação, que se saiba, que a Terra conheceu.

A complexidade das placas tectónicas Euroasiática e Africana na zona mediterrânica.

Reconstituição do aspecto da zona Mediterrânica há cerca de 140 milhões de anos, com o desenho (a negro) dos contornos actuais dos continentes...

Desenho esquemático da mesma zona, há cerca de 70 milhões de anos. 
A zona onde se formou o actual Mar Mediterrâneo foi designada por Mar de Tethys...

Cerca de 10 milhões de anos...

Há cerca de 7 milhões de anos, o Mediterrâneo ficou totalmente separado do Atlântico, produzindo-se aquilo a que os geólogos designam por "crise de salinidade messiniana", quando as águas mediterrânicas se evaporaram, produzindo uma imensa salina...

Duas imagens que mostram (conjecturalmente) o Mediterrâneo "seco" - os contornos actuais da Europa e África, sobrepõem-se a traço branco...

Há cerca de 5 milhões de anos, as águas do Atlântico romperam o bloqueio, criando o Estreito de Gibraltar, recomeçando a encher a bacia mediterrânica. 
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A FORMAÇÃO 
DO ESTREITO DE GIBRALTAR 

Um estudo recriou a evolução do Arco de Gibraltar durante 21 milhões de anos para compreender porque foi fechada a ligação entre o Mediterrâneo e o Atlântico

Uma equipa de geólogos reconstruiu a evolução do arco formado pelas Cordilheiras Béticas, no sul da Espanha, e o Sistema do Rift, no norte de África, há 21 milhões de anos. No entanto, a equipa concentrou-se num período específico, de há nove milhões de anos, para compreender as causas do que é conhecido como a crise de salinidade messiniana. Esse episódio aconteceu quando uma parte da litosfera se desprendeu da Ibéria (segundo proposta de Garcia-Castellanos y Villaseñor, Nature, 2011) e se afundou no manto terrestre, o que provocou um levantamento do sul da Ibéria, fechando a ligação entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo. Uma vez fechado, o clima árido e quente da região, provocou um rápido declínio do nível das águas mediterrânicas, que haviam tido cerca de um quilómetro de profundidade, em que 3/4 das águas do mediterrâneo se evaporaram.

Ana Crespo-Blanc, geóloga da Universidade de Granada e principal autora do estudo, explica que os cientistas consideram o sistema do Arco de Gibraltar como tudo aquilo que está no extremo do Mediterrâneo ocidental: “Não apenas os elementos emersos das Cordilheiras Béticas, como também o que está sob a água, do Golfo de Cádiz até ao mar de Alborão”, explica Crespo-Blanc. A abertura do Mediterrâneo ocidental como tal, começou há 26 milhões de anos e há cerca de 15 milhões de anos tinha uma forma semelhante à actual. Então, a ligação entre o Atlântico e o Mediterrâneo era feita por meio de dois corredores ou pequenos estreitos. Um dos corredores estava ao norte do Sistema de Rift e o outro ao sul de Antequera. Muito mais tarde, há seis milhões de anos, os dois corredores foram fechados, causando a crise salina referida atrás. Os geólogos observaram que entre seis e nove milhões de anos atrás aconteceu algo que causou, em primeiro lugar, o isolamento do Mediterrâneo e, posteriormente, a sua reabertura, formando o que é hoje conhecido como o Estreito de Gibraltar.

Ao reconstruir o arco, os geólogos comprovaram que juntamente com a convergência dos continentes aconteceu outro fenómeno no limite das placas da Ibéria e da África. Nessa área existem grandes blocos de terra que podem chegar a medir 300 quilómetros de comprimento por 150 quilómetros de largura e fazem parte das extremidades de ambos os continentes. Durante milhões de anos esses blocos foram girando muito lentamente sobre si mesmos. No caso da Cordilheira Bética, a rotação seguiu o sentido dos ponteiros do relógio; o Sistema de Rift fez o sentido contrário.

A surpresa para os pesquisadores não foi apenas a existência desses blocos, mas a velocidade, do ponto de vista geológico, com que giraram. Um bloco localizado na Cordilheira Bética central, por exemplo, girou até 53 graus em nove milhões de anos. “Isso significa que estamos falando de quase seis graus em cada milhão de anos. Para a maioria das pessoas isso parece muito pouco, mas em termos geológicos é uma barbaridade”, explica Crespo-Blanc.

Entre as placas de África e da Ibéria, que permanecem em constante aproximação, estão as cordilheiras das áreas béticas e o Sistema do Rift. Devido ao choque dos dois continentes tinham sido criadas há muito tempo atrás, várias cadeias de montanhas que formam o que os geólogos chamam de sistema do arco de Gibraltar. “E é dentro desse sistema onde encontramos esses grandes blocos que giram”, explica a geóloga. Foi precisamente essa rotação dos blocos o que provocou, há seis milhões de anos, o fecho da ligação Atlântico-Mediterrânico e a posterior abertura do Estreito de Gibraltar.

“Há seis milhões de anos, chegou um momento em que a África seguiu esse movimento para o noroeste, de modo que foi surgindo um relevo grande o suficiente para impedir a ligação entre o Atlântico e o Mediterrâneo e por isso fecharam-se ambos os corredores que ligavam os dois mares”, conta Crespo-Blanc. Naquela época, a água que chegava ao mar proveniente dos grandes rios que desembocam no Mediterrâneo, como o Ródano, o Ebro, o Nilo ou o Danúbio não era suficiente para compensar a evaporação, de modo que o nível do mar caiu para entre 1.500 e 1.700 metros abaixo do Atlântico. A alta concentração de sal que se deu na água acarretou o depósito de grandes quantidades de sais no fundo do mar em torno dos limites do Mediterrâneo. Alguns deles estão associados com as minas de estrôncio, como as de Montevives, em Granada.

A reconstrução feita pelos geólogos não é importante apenas para conhecer as causas do fecho do Mediterrâneo, mas também para entender como surgiram essas minas de estrôncio, mineral muito importante na fabricação de produtos tecnológicos e assim poder proteger as reservas do mineral. A pesquisa também pode servir para estudar a evolução das falhas ativas que provocam terramotos. “E para saber como se formou o arco da Calábria, na Itália, que é muito semelhante ao de Gibraltar”, diz Crespo-Blanc. A pesquisa foi uma colaboração de mais de três anos entre as Universidades de Granada e Pablo de Olavide e o Instituto Andaluz de Ciências da Terra.

Desenhos conjecturais da formação - em 4 fases - do Estreito de Gibraltar 
(contornos actuais dos continentes em tracejado). 

Nota: As datas constantes dos textos que aqui publico podem não ser coincidentes, mas acontece que me baseei em matérias de autores diferentes e nem sempre todos estão sintonizados com as mesmas datações para tratar estas matérias. Quanto às datas nas legendas das imagens tentei ser coerente com os períodos tratados nelas.

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quarta-feira, 3 de maio de 2017

ENVOLVENTE FÍSICA DA PENÍNSULA IBÉRICA (III) – O ESTREITO DE GIBRALTAR E O MAR DE ALBORÃO

ENVOLVENTE FÍSICA 
DA PENÍNSULA IBÉRICA (III)

O ESTREITO DE GIBRALTAR 
E O MAR DE ALBORÃO

Na sequência do post anterior, sobre a Envolvente Física da Península Ibérica (II) - Formação do Mar Mediterrâneo e do Estreito de Gibraltar -, convém especificar um pouco melhor o que aí mostrámos sobre o Estreito de Gibraltar, acrescentando também as características da entrada no Mar Mediterrâneo, o chamado Mar de Alborão.

Estes esclarecimentos servirão para, quando tratarmos historicamente certas passagens da História da Humanidade, podermos perceber que não era possível o atravessamento do Estreito de Gibraltar ou mesmo do Mar de Alborão antes do surgimento das primeiras embarcações.

Mapas como este são pura ficção. Seria de todo impossível o Homo Antecessor (aproximadamente 1.2 milhão até cerca de 800 mil anos) ter atravessado o Estreito de Gibraltar...

Do ponto de vista geológico, o estreito de Gibraltar resultou da fissura de choque de duas placas tectónicas: a Placa Euroasiática e a Placa Africana. O lento avanço da Placa Africana para norte e o deslocamento da Placa Euroasiática para sudeste, a que se junta o movimento antihorário da Península Ibérica e da Córcega-Sardenha, tornam toda esta zona de alto risco geológico. Este choque provoca tensões nos bordos das placas, desde o Estreito até ao limite do mar de Alborão, estendendo-se os seus efeitos até ao golfo Pérsico. A energia deste roçar constante das placas é responsável pela actividade sismica sempre activa nesta zona, com picos de grande intensidade, manifestando-se em sismos intensos e episódicamente nas erupções de vulcões, como tem acontecido ao longo da História com o Etna, Stromboli, Vesúvio, Volcano, a explosão da ilha de Santorini, etc...

A profundidade do estreito varia entre aproximadamente 280 m, no Umbral de Camarinal, e quase 1000 m, nas proximidades da Baía de Algeciras. A largura mínima é de 14,4 km, entre Punta de Oliveros, na Península, e Punta Cires, em África.

Estreito de Gibraltar - imagem digital em 3D

Indicação da zona mais estreia do Estreito de Gibraltar entre Ponta Oliveros e Ponta Cires
Corte muito esquemático das profundidades do Estreito de Gibraltar na zona indicada na imagem anterior. Na Península Ibérica, a plataforma continental estende-se até cerca de 100 a 150 metros de profundidade a partir dos limites da costa actual.


MAR DE ALBORÃO

O mar de Alborão estende-se desde o Estreito de Gibraltar até uma linha imaginária entre o Cabo da Gata (Alméria – Península Ibérica) e o Cabo Fégalo (Orão – Argélia). É, por assim dizer, a sala de entrada no mar Mediterrâneo, constituindo a transição entre este e o Atlântico. É considerado o motor hidrológico do Mediterrâneo Ocidental, apresentando uma grande diversidade de estruturas e processos oceanográficos, uma forte interacção entre a hidrodinâmica e a topografia e frentes oceanográficas das mais extensas que se conhecem.

O seu fundo está sulcado por canhões submarinos e fundos rochosos. É atravessado por uma cordilheira submarina de cerca de 150 km de comprimento, que forma uma bacia a Oeste e outra a Sul, possuindo uma agitada actividade sísmica.

A partir da imagem de satélite e sobretudo da reconstituição em 3D, pode ver-se que a partir do limite da faixa da plataforma continental – que se estende da margem oceânica actual até uma profundidade de cerca de 100 metros –, o talude desce quase a pique. Enquanto no Estreito de Gibraltar a profundidade vai até cerca de 1000 metros e no extremo leste do mar de Alborán chega aos 2000.

A partir de uma foto de satélite da NASA.
Reconstituição digital em 3D dos leitos do Estreito de Gibraltar e do Mar de Alborão.

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sábado, 4 de março de 2017

ENVOLVENTE FÍSICA DA PENÍNSULA IBÉRICA (I)


ENVOLVENTE FÍSICA 
DA PENÍNSULA IBÉRICA (I)

É evidente que o desenvolvimento histórico de determinado território é condicionado, em última análise, pelo espaço físico onde está implantado. Sendo a Península Ibérica uma das cinco penínsulas do Continente Europeu, a sua História está instrinsecamente ligada à do continente, embora a sua localização física seja determinante para tornar essa História algo diferente da europeia em alguns aspectos.

Situando-se no extremo ocidental da Europa, a Península Ibérica é o único espaço europeu que usufrui do contacto pleno com dois mares – o Oceano Atlântico, nas costas Norte, Oeste e Sudoeste, tendo o Mar Mediterrânico a Sul e a Leste. A barreira dos Pirinéus no istmo que a liga à Europa, não sendo própriamente intransponível, condiciona de algum modo o contacto com o resto do continente.

A Cordilheira dos Pirinéus, situada no Nordeste da Península, é a fronteira natural desta com o resto da Europa. Os Pirinéus estendem-se por aproximadamente 430 km, desde o golfo da Biscaia, no oceano Atlântico, até ao cabo de Creus (extremo oriental da Península), no mar Mediterrâneo. O ponto mais alto da cordilheira é o Monte Aneto, no maciço da Maladeta, com 3404 m de altitude, havendo ainda cerca de duzentos picos acima dos 3000 m. As montanhas mais altas estão constantemente cobertas de neve.

A Sul, a Península Ibérica está separada do Norte de África pelos 14,5 km do Estreito de Gibraltar – a única abertura do Mar Mediterrâneo para o Oceano. A profundidade do estreito varia entre aproximadamente 280 e 1000 metros. Do ponto de vista geológico, o estreito de Gibraltar resultou da fissura das duas placas tectônicas: a Placa Euroasiática e a Placa Africana. Em poucos lugares do mundo se podem observar tantos contrastes sociais numa distância tão curta.

MAPA FÍSICO DA EUROPA, NORTE DE ÁFRICA E MÉDIO ORIENTE

EUROPA – RELEVO CONTINENTAL E MARÍTIMO (visto do espaço – NASA)

OS PIRINÉUS – MAPA FÍSICO (e político)

Para se perceber melhor o significado da expressão "barreira dos Pirinéus", este é o exemplo gráfico mais significativo:  OS PIRINÉUS – RELEVO

PROFUNDIDADES DO MAR MEDITERRÂNEO

PORMENOR DAS PROFUNDIDADES DO ESTREITO DE GIBRALTAR

CORTE GEOLÓGICO ESQUEMÁTICO DO MAR MEDITERRÂNEO 
Em corte aproximado pelo Paralelo 38º

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS DA PENÍNSULA IBÉRICA

Península Ibérica vista do Espaço. Esta imagem da NASA foi trabalhada digitalmente pelo artista digital russo Anton Balazh, de São Petersburgo. Exagerando o relevo, as cores e modificando outros aspectos da atmosfera (como as nuvens) e oceanos, Balazh conseguiu uma imagem limpa e fascinante da geografia ibérica.

APRESENTAÇÃO

Iniciei o desenho de mapas históricos da Península Ibérica no verão de 2006 por simples gozo, numa espécie de “aproveitamento de tempos livres”, um hobby portanto. No entanto, passados dez anos, resolvi dar-lhes um contexto e um aproveitamento. O contexto foi a realização da Cronologia Histórica da Península Ibérica. O aproveitamento será publicar os desenhos de mapas e a cronologia num blogue próprio.
Intitulei-o Atlas Histórico da Península Ibérica, que inicio hoje.

Claro que tudo isto levará o seu tempo, à medida em que haja mapas e respectiva cronologia prontos.

CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS 
DA PENÍNSULA IBÉRICA

Relevo da Península Ibérica

 Mapa esquemático síntese: Principais rios e respectivos afluentes

A Península Ibérica (o nome, de origem grega, deriva do Rio Iber – o actual Ebro) é a mais ocidental das três grandes penínsulas do sul da Europa, sendo as outras a península Itálica e a península Balcânica. Em área é a segunda maior península da Europa, com uma área de cerca de 583 832 km², apenas ultrapassada pela península Escandinava. Formando quase um trapézio (Estrabão escreveu que se parecia com uma pele de touro), a península liga-se ao resto do continente europeu pelo istmo constituído pela cordilheira dos Pirenéus, sendo rodeada a norte, oeste e parte do sul pelo oceano Atlântico, e a restante costa sul e leste pelo mar Mediterrâneo. Os seus pontos extremos são a ocidente o cabo da Roca, a oriente o cabo de Creus, a sul a ponta de Tarifa e a norte a estaca de Bares.

Com uma altitude média bastante elevada, apresenta predomínio de planaltos rodeados por cadeias de montanhas, e que são atravessados pelos principais rios, sendo os mais importantes são o Tejo, o Douro, o Guadiana e o Guadalquivir, que desaguam no oceano Atlântico, e o Ebro, que desagua no mar Mediterrâneo. O ponto mais alto da península é o pico de Mulhacén, na Sierra Nevada – cordilheira Penibética, com 3482 metros de altitude, sendo o rio mais extenso o Tejo, com 1007 Km.

As elevações mais marcantes são a cordilheira Cantábrica, no norte; o sistema Penibético (serra Nevada) e o sistema Bético (serra Morena), no sul; e ainda a cordilheira Central (serra de Guadarrama), de que a serra da Estrela é o prolongamento ocidental. Considera-se como centro geográfico da península o Cerro de los Ángeles (Colina dos Anjos), uma colina situada no município de Getafe, a 10 km a sul de Madrid.

Densamente povoada no litoral, a península Ibérica apresenta fraca densidade populacional nas regiões interiores. Excepção a esta regra é a região de Madrid, densamente povoada.

Topografia

A sua topografia tem como principal característica que a maior parte da sua superfície está configurada como uma meseta, pendendo ligeiramente para poente. A meseta tem uma altura média de 600 metros sobre o nível do mar; o litoral é rochoso e com penhascos a norte, nordeste, noroeste e sudeste, sendo mais suave a maior parte do litoral este e sul.

Pontos extremos:

· Ponto mais a Sul: ponta de Tarifa.
· Ponto mais a Norte: ponta da Estaca de Bares.
· Ponto mais a Este: cabo de Creus.
· Ponto mais a Oeste: cabo da Roca.
· Ponto mais profundo: Torca del cerro del Cuevón – nos Picos de Europa (-1589 metros).
· Ponto mais alto: Mulhacén – na Sierra Nevada (3482 metros).
· Temperatura mais alta: 51°C em Sevilla, 30 de julho de 1876.
· Temperatura mais baixa: -32°C no lago Estangento, Lérida, 2 de fevereiro de 1956.

Entre as principais cordilheiras da península Ibérica estão a cordilheira Bética (subdivide-se na cordilheira Penibética e cordilheira Sub-bética), a cordilheira Cantábrica, o sistema Central, o sistema Ibérico e a cordilheira Pré-litoral.

Algumas das serras mais representativas destas cordilheiras, ou isoladas, são a serra Nevada, serra de Guadarrama, serra Morena, picos de Europa, serra de Gredos, La Serrota, serra de Guadarrama, serra da Estrela, serra do Larouco, serra da Peneda, serra do Gerês, serra do Soajo, serra do Marão, serra de Montesinho, serra de Bornes, serra da Nogueira, serra de Leomil, serra do Caramulo, serra da Marofa, serra de Gata, serra da Gardunha, serra da Lousã, serra de Alvelos ou serra de São Mamede.


Orientação dos perfis topográficos apresentados em baixo

Perfil Norte-Sul baseado em esquema publicado em
Perfil Oeste-Este, - à latitude de Lisboa. Baseado em esquema publicado em http://web.letras.up.pt/asaraujo/geofis/t1.html
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